PESQUISA HISTÓRICA


PROJETO "SULTAQUE - IDENTIDADE - CULTURAL - SOTAQUE CURITIBANO"

PESQUISA HISTÓRICA

MARCELO SALDANHA SUTIL

O texto a seguir foi publicado originalmente no livro "Sultaque - Identidade Cultural - Sotaque Curitibano"

Todos os direitos reservados. Autorizada a cópia de parte ou totalidade da obra desde que citada a fonte.

Sotaques curitibanos, pelos caminhos da história

Marcelo Saldanha Sutil

O eldorado estava do outro lado do oceano. Para milhões de imigrantes, sobretudo europeus, chegados ao Brasil entre meados dos 1800 e as primeiras décadas do século 20, a terra prometida era um vasto território que, para muitos, ainda estava por ser descoberto. Pouco se sabia acerca do Brasil, quando muito ouvia-se que era país promissor, com cidades brotando, capitais sendo construídas, abundância e muita fartura de espaço para trabalhar e prosperar. Aos que para cá embarcaram, o Novo Continente também se traduziria na bem-aventurada possibilidade de escapar de uma Europa que se transformava, grassava conflitos e movimentos sociais que traziam condições precárias de vida a um número significativo de habitantes – e onde as dificuldades de todas as ordens se faziam presentes.

Por sua vez, aqui, do outro lado do Atlântico, as esperanças também eram experimentadas na mesma proporção. A chegada dos europeus era tida como o caminho mais fácil para civilizar um país ainda rude em costumes, frágil na economia e precário em suas instituições. Braços eram necessários para consolidar o almejado progresso, modernizando, enfim, a Nação. Acreditava-se, também, que os estrangeiros contribuiriam para o branqueamento de uma terra talhada na mestiçagem ao longo de mais de 300 anos no contato diário entre luso-brasileiros, índios e negros.

Até a década de 1920, cerca de 4,5 milhões de imigrantes aportaram no Brasil; destes, metade fincou raízes em São Paulo. Ao longo do século 19, o café fez fortunas no solo paulista e, com a extinção progressiva da exploração escravista, a mão-de-obra europeia tornou-se cada vez mais importante para a manutenção dos latifúndios. Por esta razão e nessa conjuntura econômica, até meados dos 1800, o Paraná, ainda comarca de São Paulo, não foi alvo de uma política imigratória intensiva, pois as lavouras cafeeiras do interior paulista detinham a preferência.

Somente com a criação da Província, em 1853, é que os paranaenses se viram às voltas com as efetivas necessidades de estabelecer um território produtivo e consolidar uma capital dotada de um corpo de funcionários aptos para tocar as políticas governamentais. Estradas precisavam ser abertas, pontes construídas, núcleos urbanos formados e trabalhadores angariados a baixo custo, preferencialmente especializados. Assim como nas demais províncias do Sul, no Paraná incentivou-se a pequena lavoura em áreas rurais, criando núcleos que, com o passar do tempo, originariam cidades, como a colônia de Rio Negro, por exemplo; ou então no entorno de centros já estabelecidos, caso de Curitiba nas duas últimas décadas do século 19, cujo cinturão verde, como ficou conhecido o conjunto de lotes coloniais, deu origem a diversos bairros da capital.

As adaptações, no entanto, não foram fáceis para ambos os lados. Os brasileiros depararam-se com novas culturas, hábitos cotidianos estranhos aos olhos locais e problemas de comunicação no dia a dia. No lado dos recém-chegados, a insatisfação também não tardou a se fazer presente. O estabelecimento de colônias em terras impróprias para o cultivo, ou as dificuldades para escoar a produção numa Província de árduos caminhos e ainda totalmente por explorar, logo demonstraram a inviabilidade de um projeto mal estruturado. Somam-se a essas questões, os dilemas de inúmeros colonos ligados ao mundo urbano na Europa e que aqui ficaram insatisfeitos com a vida no campo. Muitos acabaram se transferindo para as cidades, sozinhos ou com os familiares. Buscaram novos horizontes tendo como moeda de troca, em boa parte dos casos, os ofícios exercidos nos países de origem. Curitiba, por ser a capital e centro mais desenvolvido, absorveu a maior parte desse contingente.

Mas na capital, assim como nas localidades interioranas, o estranhamento também se fez presente. Novos costumes, novos falares e outras culturas tomaram conta das ruas, trouxeram ares diferenciados a um cotidiano até então tido como consolidado. As inadaptações ocorreram para todos. Confiar no estranho era difícil para ambos os lados. É de se imaginar as dificuldades e o estranhamento que brasileiros e estrangeiros sofreram nos primeiros anos de imigração, quando a falta de preparo e de estrutura para receber gente de fora se fazia notar mais.

O fato é que as raízes locais estavam fincadas no solo paranaense há mais de dois séculos. Pois, embora esparsamente povoado, luso-brasileiros, negros e espanhóis ocuparam o território dois séculos antes, estabelecendo os primeiros contatos, ainda que nem sempre amistosos, com os povos indígenas. Sobretudo no litoral que, ao longo dos 1600, recebeu imigrações portuguesas e migrações paulistas que deram início aos primeiros assentamentos. Fundaram Paranaguá e, serra acima, ocuparam as terras dos campos de Curitiba. Era o Paraná Tradicional, formado pelo litoral e os três planaltos. Para os brasileiros, o contingente de imigrantes que aqui aportou veio cobrir a carência de mão de obra nas lavouras, pois trabalhar na terra era considerado uma atividade de baixo status social, ignóbil. Os paranaenses estabelecidos, os chamados paulistas-curitibanos da 5º Comarca, optavam por ser peões de tropas, ocupando-se do criatório do gado em vez de preocuparem-se com a lavoura. Essa questão, entretanto, agravou-se principalmente com a proibição do tráfico de escravos em 1850.[1]

Convém lembrar que, ainda antes da emancipação política da Província e da elevação de Curitiba à capital, a cidade teve sua experiência com alemães vindos sobretudo da Colônia Dona Francisca, atual cidade de Joinville (SC). Aqui, eles abriram casas comerciais e dedicaram-se às atividades de ramos especializados, como a construção civil, no qual competiam com os mestres e pedreiros locais e suas equipes, formadas muitas vezes de braços escravizados. Embora esse convívio entre brasileiros e estrangeiros nas mais diversas atividades se tornasse a cada dia mais comum, principalmente após os anos de 1870 com a intensificação das políticas imigratórias, o século 19, ainda assim, findou com o preconceito e o medo perante muito dos recém-chegados. As obras da Matriz, onde muitos estrangeiros trabalharam, foram um exemplo.

Em 1876, durante a demolição da antiga igreja na atual Praça Tiradentes, muitos imigrantes vieram reforçar os trabalhos, provavelmente reemigrados de outras regiões. Estabelecidos temporariamente em hospedarias, viram-se em dificuldades quando os pagamentos atrasaram. Além da falta de dinheiro, havia o receio por parte dos brasileiros que não confiavam em estrangeiros. Em carta ao Presidente da Província, os operários reclamaram: “... os trabalhadores da demolição da antiga Matriz desta capital, vem pedir a V. Ex. de se mandar pagar nossos jornais que temos direito a receber. Somos estrangeiros que vivemos trabalhando, com a força dos nossos braços para nos alimentar. Exmo. Sr. os homens dos hotéis já não nos querem dar-nos de comer por causa do atraso dos seus pagamentos. Os negociantes não nos vendem fiado, porque somos estrangeiros...”.[2]

Foi nessa conjuntura de desconfiança e receio que as primeiras grandes levas de imigrantes adentraram no solo paranaense. Pelas mãos de um tropeiro, João da Silva Machado, mais tarde Barão de Antonina, 238 alemães foram assentados na Capela da Mata, posteriormente Rio Negro; o mesmo tropeiro convidou o suíço João Maurício Faivre para, em 1847, fundar a Colônia Teresa, hoje Teresa Cristina, então com 87 imigrantes franceses às margens do rio Ivaí. Cinco anos mais tarde, outro suíço, Carlos Perret Gentil, fundou com 35 alemães e suíços a colônia Superagui.[3]

Assim, aos poucos, a vida cotidiana modificava-se, entremeando culturas e hábitos diversos aos já estabelecidos no decorrer dos séculos. Dessa forma, muito do atual falar paranaense, sobretudo do Paraná Tradicional, onde até meados do século 19 prevalecia a região dos campos de Curitiba, advém da mistura entre os primeiros habitantes do Paraná e as levas migratórias aqui chegadas a partir de meados dos 1800. Esse cenário levou o pesquisador Francisco Filipak a afirmar que os três planaltos paranaenses apresentam uma das mais curiosas situações sociolinguísticas do país, na qual foram decisivos os falares regionais, bastante influenciados pelos tropeiros e a imigração europeia.[4]

O tropeirismo, portanto, foi decisivo para o desenvolvimento do interior de uma vasta região brasileira. No Paraná, foi fundamental para o progresso econômico, pecuário, político e urbano. Eram os “homens do caminho”, cujo trabalho, no interminável percurso pelas estradas foi essencial para a diversificação da economia e do cotidiano de colonos. Com o declínio dos terrenos auríferos, os chamados “paulistas” setecentistas se voltaram para o negócio e a criação de gado (aproveitando os campos naturais da sua Província, a qual o Paraná integrava), adquirindo-os na capitania de São Pedro ou em Curitiba, transportando, assim, os rebanhos e comercializando-os em outras paragens.

Adentrando o século 18, o povoamento espalhou-se pelos Campos Gerais. O gado dos curitibanos e paulistas, aquinhoados com sesmarias, tomou conta das fazendas. A região, com a abertura do Caminho das Tropas nos anos de 1730, entrou na rota dos tropeiros que, vindos de Viamão, dirigiam-se para Sorocaba. O movimento tropeiro aproximou o Sul do país de São Paulo e Minas Gerais, fortaleceu laços econômicos e culturais, fator decisivo no processo de separação do domínio castelhano ao qual a região subordinava-se.[5]

O falar cadenciado, característico a muitos habitantes do Sul, vem bastante dessa influência tropeira, pois o movimento além de hábitos e costumes, constituiu um linguajar próprio que marcou particularmente os estados sulinos. Antes mesmo da chegada das primeiras levas imigratórias, esse falar já se prenunciava e já se fazia notar aos ouvidos de muitos viajantes europeus que percorriam as terras brasileiras, descrevendo paisagens e anotando hábitos cotidianos.

[1]

Em 1860, conforme relatório provincial de José Martins Ferreira de Abreu, o Paraná possuía cerca de 80 mil habitantes, necessitava, portanto, de uma população nova para as lavouras. Na década seguinte, esse processo se intensificou quando assumiu a Província Adolfo Lamenha Lins.

[2]

PARANÁ, Província. Carta ao Presidente da Província sobre a situação dos trabalhadores na demolição da Matriz. Curitiba, 31 de maio de 1876. Departamento Estadual de Arquivo Público. AP. 508, p. 134.

[3]

Filipak, Francisco. Dicionário Sociolinguístico Paranaense. Curitiba: Imprensa Oficial, 2002. p. 19. [Coleção Brasil Diferente].

[4]

Segundo Filipak, os primeiros, no constante vai e vem pelas veredas, influíram no setor intralinguístico e no interlinguístico; já os imigrantes apenas no interlinguístico. Ibid, p. 18.

[5]

KERSTEN, Márcia Scholz de Andrade. A Lapa e o tropeirismo. Curitiba: IPHAN, 2006. p. 46.


Tropeiros atravessando a ponte sobre o rio dos Papagaios, em São Luiz do Purunã, 1907

“Acervo da Casa da Memória / Diretoria do Patrimonio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba”, Coleção Julia Wanderley


Na década de 1820, o viajante francês Auguste de Saint-Hilaire, depois de percorrer vastas regiões brasileiras, como Minas, Goiás e São Paulo, percebeu que o português aqui falado tinha sonoridades próprias em comparação com o idioma por ele ouvido em outras localidades do Império. Ao adentrar os Campos Gerais, passando por Castro, percebeu nuances no falar dos habitantes da região que os diferenciava em comparação ao português dos moradores de Itapeva e Itapetininga, nas proximidades da cidade de São Paulo. Para o francês, essa diferença no falar advinha da pouca miscigenação, sobretudo com os indígenas: “(...) Não é pois de se admirar que os habitantes dos Campos Gerais, apesar de sua profunda ignorância, falem um português muito mais correto do que os que habitam os arredores da cidade de São Paulo, eles não pronunciam, por exemplo, o ch como se fosse ts, nem o g como dz. Essas modificações foram introduzidas pelos índios na linha portuguesa, e os colonos dos distritos de Castro e de Curitiba pouco contato têm com os indígenas”.[1]

Ao chegar em Curitiba, suas conclusões foram semelhantes tanto em relação à sonoridade do idioma quanto no que diz respeito às questões de miscigenação. Assim como em Castro, fez comparações com a sonoridade do idioma ouvido em outras partes do Brasil. E anotou: “Os habitantes da região pronunciam o português sem nenhuma das alterações que já mencionei antes e que são sinais da mistura da raça caucásica com a indígena.”[2]

Ao ter notado um falar diferente do ouvido em outras partes, o viajante creditou tal fato ao pouco contato com os indígenas, como ele próprio afirmou. Entretanto, embora Saint-Hilaire tenha se equivocado em suas conclusões, pois aqui como em todas as demais regiões por ele visitadas também houve interação entre as raças, não se pode deixar de perceber que, no pouco tempo que então ele tinha de Brasil, já distinguia as regionalidades do idioma, atribuindo certas especificidades, corretas ou não, aos habitantes dos campos de Curitiba, aos quais creditou um português sem alterações.[3]

Aos ouvidos estrangeiros talvez não fosse simples perceber nuances e influências no falar, comparando-se ao idioma falado em Portugal. Aqui, no contato diário e no estabelecimento de relações, novas expressões e vocabulários apareceram na interação com indígenas e também com os africanos trazidos para cá. O próprio nome da cidade escapou ao viajante, pois Curitiba é derivado de versões tupis e guaranis.[4]

[1]

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pela Comarca de Curitiba. Curitiba: Prefeitura Municipal, p. 17. 1995. [Coleção Farol do Saber]

[2]

Idem, p. 119.

[3]

Idem, p. 105.

[4]

A região era conhecida pelos indígenas como Curitin, na versão Tupi, ou Curi-Atiba, na versão Kaingang, que significaria corra-vamos lá. Na versão Guarani, Coritiba, temos, segundo linguístas como o professor Francisco Filipack, Core como cateto, caça, comida e tiba como abundância, fartura. Mais modernamente, estudos do professor Aryon Dall’Igna Rodrigues afirmam que ainda que seja um nome tupi-guarani ele, provavelmente, tenha se originado mais na Língua Geral do Brasil, falada pelos mamelucos no século 17, do que propriamente de uma herança direta dos guaranis que habitavam a região.


Índios na capital Paranaense, 1911, Município de Curitiba

“Acervo da Casa da Memória / Diretoria do Patrimonio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba”, Coleção Julia Wanderley


Num vasto país a povoar, com regionalismos tão distintos, a dinâmica do idioma fazia-se sentir até para os ouvidos de estrangeiros que estavam apenas de passagem ou aqui vivendo temporariamente. Pois antes mesmo de o contato com os imigrantes ocasionar mudanças nas expressões do dia a dia e, paulatinamente, interferirem nos sotaques regionais, transformações já eram percebidas entre o português aqui falado e o de Portugal. Nesse ponto, a convivência com os africanos e seus descendentes foi notadamente sentida. Três décadas depois das impressões de Saint-Hilaire, nos anos de 1850, a francesa Adèle Toussaint-Samson, que viveu por 12 anos no Brasil, traçou um panorama da cultura nacional e dos brasileiros, tecendo comentários sobre os mais variados assuntos, notadamente algumas questões raciais e o papel da miscigenação no dia a dia do país. Em particular, a francesa observou que as maneiras pelas quais os brasileiros exprimiam o amor impregnavam-se de uma cultura mestiça e mulata, afinal já eram três séculos de intenso convívio entre brancos, negros e índios:

A língua brasileira, com todos os seus diminutivos em zinha, zinhos, tem uma graça toda crioula, e jamais a ouço sem descobrir um grande encanto; é o português com sua entonação nasal modificada. A língua mãe abastardou-se, evidentemente. ‘É uma espécie de patoá’, dizem os portugueses. Não importa! Todas as suas denguices lhe caem bem e dão à língua brasileira um não sei quê que seduz mais ao ouvido do que a língua de Camões.[1]

O idioma abastardou-se para o bem na opinião da francesa. Os olhares estrangeiros eram mais benevolentes que os dos brasileiros para temas importantes como o da miscigenação e da interação cultural. Os relatos de Adèle foram publicados na França e no Brasil somente em 1883, cerca de 20 anos após seu retorno à Europa. Nessa época, as imigrações já estavam intensificadas, mas os desejos de ambos os lados, tanto de nacionais quanto de estrangeiros, nem sempre se concretizaram. As barreiras culturais e as esperanças desfeitas frustraram brasileiros que almejavam a modernidade e o branqueamento da Nação, bem como os sonhos de um eldorado para os que aqui chegaram depois de semanas de travessia oceânica.

A própria intelectualidade local, que deveria estar mais preparada e sensível para compreender as transformações oriundas com a chegada de levas de estrangeiros e as dificuldades das adaptações culturais para ambos os lados, não deixava de expressar lamentos, preconceitos e desconhecimentos. Ao rememorar a sua Curitiba dos anos de 1880, o escritor Nestor Victor, justificadamente, festejou as transformações urbanas vindas com os imigrantes, naquela época especialmente os alemães, que trouxeram na bagagem o espírito do comércio, o capricho com suas propriedades e novos modos de construir, alterando a centenária paisagem da capital; mas, ao mesmo tempo, lançou um lamento pela barreira da língua, que segregava aquele povo que, no entender dele, não se aproximava do idioma da terra que os havia acolhido:

Tornava-se por fim irritante a quem ali se demorava a segregação em que, a respeito de quase tudo, vivia aquela gente do elemento nacional. Era raro ver-se até um simples filho de alemães, já nascido no Brasil, aliar-se a uma moça brasileira. Eles só liam jornais impressos em tipos góticos; publicavam-se uns quantos desses em Curitiba. As crianças só frequentavam colégios germânicos, onde não havia o ensino do português. Assim, bem comumente, velhos imigrantes, que já estavam naquela terra havia dezenas de anos, mal podiam expressar alguma coisa em nossa língua, e até rapazes e moças de sua prole falavam português com muita imperfeição e deficiência. Nas ruas, frequentemente, de passagem, ouviam-se louros bandos de crianças que estavam a brincar tagarelando yas e nichts, parece que numa absoluta ignorância do nosso idioma. Acontecia dirigirmo-nos a uma moçoila ou a uma dona de casa pedindo qualquer informação e vermos com dolorosa surpresa que não éramos bem entendidos. Se tomávamos um carro, estávamos na contingência de fazer, às vezes, nossa viagem sem trocar palavra com o cocheiro, porque este só sabia o alemão.[2]

O historiador Romário Martins, ao que tudo indica, também dirigiu críticas ao caráter segregacionista assumido por alguns grupos de imigrantes. No Almanach do Paraná, por ele editado em 1900, encontra-se uma crônica creditada ao um certo Ary de Além-Mar, descrevendo uma viagem ao Estado. O texto foi publicado com comentários alusivos a obrigatoriedade do ensino do Português nas escolas e ao desrespeito à mesma lei por parte de alguns estabelecimentos de ensino alemães. Em determinado trecho, expõe: “... mas é preciso que os bons brasileiros tenham muito em vista, a fim de poderem afirmar, agora e sempre, que isso é nosso e que nos havemos de manter na posse do nosso território, ou por bem ou por mal; ou recebendo generosamente o estrangeiro e dando-lhe trabalho e fortuna quando nos respeite, - ou expulsando-o a bala do nosso território quando se torne uma ameaça à nossa nacionalidade.[3]

O texto é assinado sob pseudônimo, mas no papel de principal redator e editor da publicação não pode se descartar uma possível autoria do próprio Romário Martins ou, no mínimo, sua aprovação às ideias veiculadas. A historiadora Regina Maria Schimmelpfeng de Souza afirma que, na maturidade, Romário suavizaria essa visão, embora permanecesse combatendo o que chamou de “ilhas étnicas” e sem ligação com o continente nacional.[4]

É bem verdade que as opiniões de Romário Martins e mesmo de Nestor Victor devem ser contextualizadas com os ideais difundidos no começo do século 20, época em que, ao contrário dos 1800, a busca pelas raízes e pela identidade nacional estavam valorizadas. Momento de criação de muitos institutos históricos pelo país, do florescimento do neocolonial na arquitetura e da idealização da cultura brasileira em movimentos importantes como a Semana de Arte de 1922.

Convém lembrar, ainda, que a chegada das grandes levas imigratórias em meados do século 19 coincidiu de redefinição do espaço urbano de Curitiba, requalificando-o e tirando dele traços de ruralidade que porventura persistissem. Nesse contexto, não apenas imigrantes, mas também as populações pobres e livres, bem como os cativos, estavam sob um projeto de modernização e numa dinâmica pensada pelas elites políticas e econômicas, que disciplinavam a sociedade visando este fim. Dentro dessa conjuntura, a convivência de costumes diversos, sobretudo dos estrangeiros, levou a uma constante qualificação do “outro”, distinguindo o imigrante desejado daquele considerado intolerável e não inserido no projeto modernizador.

A historiadora Maria Luiza Andreazza afirma que a “Curitiba de todas as gentes”, durante muito tempo, foi um campo de batalha pela manutenção ou extinção de determinadas formas de ser e de agir. E lembra que as mesmas dificuldades em superar as diferenças ocorriam do outro lado – o dos migrados para o Brasil. Numa carta de uma imigrante enviada para a Galícia, em 1890, e recolhida pela historiadora, lê-se: “... alemães, pretos, poloneses deveriam viver separadamente. Como, pois, há igualdade, se quando nós festejamos um dia santificado, (...) eles aqui trabalham e zombam de nós, riem às nossas custas e chegam a ofender Deus nosso Senhor? Às vezes, nos falta paciência. Assim não é possível aguentar. Para defender-se é preciso injuriar esses cães, o que já nos levou pessoalmente quase à briga, se não fora a interferência de terceiros”.[5]

Costumes diversos convivendo no mesmo espaço urbano levaram a recriações nos hábitos por ambos os lados. Não obstante as dificuldades, uma nova experiência se abriu tanto para os da terra como também para os recém-chegados. Os repertórios culturais foram adaptados às novas situações sociais, que reuniram povos diferentes interagindo diariamente pelas ruas da cidade.

De todas as situações cotidianas a barreira do idioma talvez tenha sido a mais sentida. Se intelectuais como Nestor Victor e Romário Martins não apenas lamentaram, mas indignaram-se com a relutância de muitos estrangeiros em ceder ao português, pode-se imaginar as complicações resultantes no dia a dia das ruas, nas lides dos comércios e nas carências que inevitavelmente apareceriam, como a necessidade de uma consulta médica.

O ensino era um dos meios de ultrapassar essas dificuldades. Desde a implantação das primeiras colônias a preocupação com o estabelecimento de escolas se fez presente. O ensino das letras e da religião eram molas mestras no processo de adaptação a uma nova realidade em terras estrangeiras. Ora o governo provincial tomava a iniciativa, ora os próprios colonos requeriam às autoridades, por meio de ofícios, a construção de escolas, a contratação de professores ou o pagamento dos mesmos, pois muitos dedicavam-se à alfabetização das crianças gratuitamente. Em outubro de 1885, por exemplo, 26 colonos poloneses residentes em Santa Cândida encaminharam ao governo da Província um pedido de gratificação para a professora Edvirges Stier, pois os mesmos não tinham condições de ofertar um pagamento adequado e desejavam dar instrução aos seus filhos. A resposta oficial não tardou. Veio no mesmo mês: “Devo informar, atendendo a esse justo pedido, a valiosíssima circunstância de ter V. Ex. pessoalmente verificando ter crescido o número de alunos frequentando a escola da mencionada professora, que nada impede a concessão pedida, a qual pode ser efetuada sob forma de subvenção não excedente de 400 réis...”.[6]

Se não foi uma regra, em muitas dessas escolas destinadas aos filhos dos imigrantes o ensino de português também se fez presente, antes mesmo da obrigatoriedade em lei. Em 1889, Augusto Herzberg, professor de uma escola alemã, pediu ao governo uma subvenção a fim de manter suas atividades, entre as quais estava o ensino do português e do alemão:

(...) O abaixo assinado, diretor da escola alemã Deustsche Primarund und Secunder Schule, vem por este meio apresentar-vos um requerimento. Desde 1º de janeiro de 1887, a escola por mim dirigida e existente a rua do Aquidabam[7] foi subvencionada pelo governo, que estava convencido que não só os alunos dos pais alemães faziam bons adiantamentos, mas que também os filhos dos brasileiros aproveitaram muito em meu instituto em que muitos aprenderam a falar a língua alemã, a qual nos últimos anos tornou-se mais importante neste estado por causa da imigração alemã. (...) O que dificulta muito as relações dos filhos deste país é a língua. As relações necessárias entre dois povos só podem existir se se entenderem em suas línguas. Por esta razão, tinha me dedicado ao estudo da língua portuguesa para poder ensinar a essa mocidade brasileira e alemã nas duas línguas. Durante os poucos anos em que funcionei em Curitiba, já tive bons resultados porque existe um grande número de meninos alemães que aprenderam o português e outros brasileiros que aprenderam e falam o alemão. Os presidentes da Província anteriores também se convenceram pessoalmente dos adiantamentos dos meus alunos e reconheceram a necessidade da existência do meu instituto e concederam-me uma subvenção, porque sem esta eu seria obrigado a fechar a escola...[8]

[1]

Trecho colhido pela historiadora Mary del Priori no segundo volume da Coleção Histórias da Gente Brasileira. Adèle viveu no Rio de Janeiro e era casada com um brasileiro,

[2]

VICTOR, Nestor. A terra do futuro: impressões do Paraná. Curitiba: Prefeitura Municipal, 1995. p. 77. [Coleção Farol do Saber].

[3]

ALMANACH DO PARANÁ PARA 1900. Uma viagem pelo Paraná. Curitiba: Typ. da Livraria Econômica, 1900. p. 235-248.

[4]

REINHARDT, Juliana Cristina, SOUZA, Regina M. S. de. A igreja alemã. Curitiba: Máquina de Escrever, 2015. p. 48.

[5]

ANDREAZZA, Maria Luiza. Imigrantes em Curitiba: a produção de um espaço multicultural. In: Histórias de Curitiba. Curitiba: Fundação Cultural de Curiitba, 2008. p.77.

[6]

PARANÁ, Província. Ofício da Diretoria Geral da Instrução Pública do Paraná, em 15 de outubro de 1885. Departamento Estadual de Arquivo Público, AP. 765, p.129.

[7]

Atual Emiliano Perneta.

[8]

PARANÁ, Província. Requerimento do professor Augusto Herzberg ao Presidente da Província, em 25 de dezembro de 1889. Departamento Estadual de Arquivo Público, AP. 878, p. 72.


CURITIBA – VISTA; CURITIBA – INÍCIO SÉC. 20. Arquivo Digital:v:\fotos\FO8074-SN7890.jpg. Vista parcial de Curitiba tomada aproximadamente do então final da Rua Aquidaban (atual Rua Emiliano Perneta). No fundo, veem-se, entre outros, da esquerda para a direita: a Sociedade Garibaldi, a antiga Igreja do Rosário, o Colégio Divina Providência, a Igreja da Ordem, a Casa Hauer, a Igreja Catedral e, bem mais à direita, o quartel da Praça Rui Barbosa. Em primeiro plano, à esquerda, um pequeno grupo de pessoas.

O professor Herzberg prossegue em sua carta, dando conta do número de alunos, segundo ele superior a cem, valores de aluguel, total arrecadado com mensalidades e pagamento ao seu adjunto, que o auxiliava. Pouco sobrava para ele, levando-se em conta que muitos alunos, por serem pobres, não contribuíam com mensalidades. Se o intento do professor foi alcançado não foi possível descobrir, mas como reforço no pedido, cópia de um Termo de Visita do ano anterior, assinada pelo Diretor de Instrução Pública, Luiz Antônio Pires de Carvalho e Albuquerque, foi anexada ao documento. Nela, o Diretor da Instrução tece elogios, consigna um voto de louvor ao professor e ao seu estabelecimento devido ao brilhante desempenho dos estudantes em todas as disciplinas, onde “os alunos aprendem ao mesmo tempo o português, o alemão, a geografia geral e particularmente do Paraná...”.[1]

Por outro lado, a não inclusão do ensino do português na grade curricular era o bastante para indeferir pedidos, o que demonstra a preocupação do governo com o caráter segregacionista que isso poderia futuramente acarretar aos estudantes que não aprendessem o idioma nacional. Em 1873, os colonos alemães estabelecidos nos arredores de Curitiba, na Colônia de São Venâncio (hoje região de Almirante Tamandaré), solicitaram a concessão de um lote e ajuda para a construção de um imóvel que servisse “para casa de escola e para celebrar nela, nos domingos e dias santos, o ofício divino do seu culto evangélico”. Para tanto, um mestre alemão viria da Europa para ensinar e residir no mesmo espaço que fosse cedido para o edifício escolar. Nesse caso, a resposta do governo provincial foi breve: “Informando o Dr. Inspetor Geral da Instrução Pública que na aula do suplicante não se ensina português, indefiro a petição até que essa condição seja preenchida”.[2]

Percebe-se que, afora esses casos isolados, o ensino do português se fazia presente em parte dos estabelecimentos de ensino, o que denota a preocupação tanto de pais e professores, quanto do próprio governo com a melhor inclusão na sociedade de uma segunda geração de estrangeiros. Na mesma época do pedido oriundo da Colônia de São Venâncio, o governo também recebia a relação dos alunos que frequentavam aulas numa sala disponibilizada num hotel em Curitiba. Noventa e cinco estudantes, sob a orientação do professor Jacob Mueller, estudavam nessa “escola alemã”, onde também se ensinava o português.[3] Outro exemplo semelhante veio do Assungui, numa carta do diretor da Colônia acerca da dúvida de uma professora, que desejava saber se teria autorização para ensinar não apenas o inglês e o francês, idioma falado pelos que para lá se dirigiram, mas “também o português”.[4]

Era um novo mundo que se descortinava para ambos os lados: brasileiros e estrangeiros. Um mundo que a partir de meados dos 1800 possibilitou a esses personagens uma experiência totalmente inédita na convivência diária, onde identidades estavam sendo revistas e hábitos arraigados questionados. O novo impactava, obrigava a uma revalidação de costumes e, ao mesmo tempo, a uma adaptação cultural permanente, moldando-se ao outro e demarcando novas barreiras e permissões entre nacionais e estrangeiros. Para a historiadora Maria Luiza Andreazza, essa é uma prática que organiza e dá sentido ao mexer com os repertórios culturais: “Sem dúvida, as formas de falar, morar, comer, vestir-se, trabalhar, festejar e de se relacionar com o transcendente compõem mosaicos costumeiros cuja prática organiza e dá sentido à vida dos grupos sociais”.[5]

A adaptação ao idioma de uma sociedade inteiramente desconhecida foi, provavelmente, uma das mais impactantes experiências vividas para aqueles que aqui chegaram; o mesmo pode ser inferido para os habitantes locais que se depararam em questão de poucos anos com uma babel linguística pelas ruas da cidade. Para pesquisadores como o professor Hélio Puglielli, da Universidade Federal do Paraná, essa adaptação mútua foi responsável por transformações no modo de falar, especialmente dos curitibanos que, por viverem na capital, centro político, econômico e cultural do Estado, absorveram levas maiores de imigrantes de várias nacionalidades. No contato diário e para facilitar a compreensão do novo idioma aos recém-chegados, segundo o professor, os curitibanos falavam de forma bem pausada e silabada. Soma-se a esse falar que articulava as sílabas e as vogais, numa comunicação bem vocalizada, a herança do também falar cadenciado advindo dos tropeiros:

(...) a origem do sotaque, como de outros hábitos que caracterizam o nosso tipo curitibano, decorre, exatamente, da síntese que se fez aqui em Curitiba entre várias etnias. Existem várias explicações para nosso sotaque, mas eu endosso integralmente aquela dada por José Ernesto Ericssen Pereira – colega nosso de imprensa jornalística, no livro chamado “História de Caminhos”: que essa nossa maneira de falar decorre de uma necessidade didática. Quando os imigrantes chegaram aqui, procuraram aprender no dia a dia a língua da nossa pátria, e os que estavam aqui, em seu contato, em seu diálogo com esses imigrantes, falavam as palavras bem silabadas, com todas as sílabas, para que os ouvidos que não estavam familiarizados com as nossas vogais realmente registrassem os sons. E esses imigrantes, por sua vez, ao falar, também adotaram esta linguagem. Nós não falamos muito depressa, como alguns brasileiros de outros estados; a nossa fala é mais ritmada. Além disso, antes mesmos dos estrangeiros chegarem, os paranaenses eram tropeiros no século 18; depois, houve um segundo surto de tropeirismo no século 19. Havia também muito contato com castelhanos, porque os curitibanos iam buscar o gado lá no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai e Argentina. Então, este contato com os países platinos também modelou, um pouco, o nosso linguajar. Finalmente, a síntese com o imigrante fez com que marcássemos bem, silabássemos bem e vocalizássemos bem – falando com todas as vogais, ao contrário da consonantização que caracteriza outros falares.[6]

O linguista José Luís Mercer também corrobora versão semelhante. Para ele, o ritmo silábico com duração mais ou menos igual e os “és” bem pronunciados são as características que mais marcam a fala de parte dos paranaenses, sobretudo, dos curitibanos. Assim como outros pesquisadores, ele também aponta para a influência dos tropeiros: “Não é um jeito propriamente curitibano, praticamente todas as cidades do corredor tropeiro (que vai do Rio Grande do Sul a Minas Gerais) falavam desse jeito. Só que o sotaque foi se perdendo com o tempo, principalmente nas cidades maiores”.[7]

Nos meios urbanos, notadamente nos maiores, houve um vasto convívio de culturas diferentes que precisaram, cada qual, armar estratégias de convivência para sobreviver e, ao mesmo tempo, delimitar territórios. “Diferentemente da realidade das colônias, onde o compactamento étnico favorecia agilidade nas recriações culturais, a cidade oferecia diversidade de convívio com estranhos e, por suposição, maiores estratégias na seleção dos campos de identificação e de exclusão étnica. Disso emergiram as culturas imigrantes, produtos históricos, portanto, que passaram a construir na cidade espaços próprios para manifestarem suas especificidades”.[8]

Sociedades beneficentes, escolas e associações culturais, dentre outras, são originárias desse movimento em busca da especificidade de cada etnia, locais onde os traços da sociabilidade exercida na Europa eram aqui recriados. O idioma local, no entanto, era essencial a todos. Fazia-se necessário, de modo que estratégias para facilitar a comunicação certamente foram criadas. Grupos culturais diferentes, no entanto, produzem diferentes falas, com entonações, vocabulários e pronúncias alteradas. Nenhum indivíduo ou grupo está num código autônomo e autorregulado, mas inserido num contexto social marcado por valores e visões de mundo numa dinâmica sócio-histórica. Assim, brasileiros e estrangeiros construíram, no passar do tempo, e com todas as influências já assimiladas nos primeiros séculos de colonização, um falar próprio, que caracteriza e determina vastas regiões ou simples localidades dando, dessa forma, a cada sotaque reconhecido uma identidade própria e dinâmica, portanto, passível de permanentes transformações.

Referências Bibliográficas

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VICTOR, Nestor. A terra do futuro: impressões do Paraná. Curitiba: Prefeitura Municipal, 1995. p. 77. [Coleção Farol do Saber]

[1]

Ibid, p.73.

[2]

PARANÁ, Província. Carta sobre instrução pública, em 18 de novembro de 1873. Departamento Estadual de Arquivo Público. AP. 427, p. 44.

[3]

PARANÁ, Província. Relação de alunos do professor Jacob Mueller. Curitiba, 04 de maio de1874. Departamento Estadual de Arquivo Público. AP. 439, p.140-143.

[4]

PARANÁ, Província. Carta do Diretor da Colônia do Assungui ao Presidente da Província. Dezembro de 1874. Departamento Estadual de Arquivo Público. AP. 459, p.81.

[5]

ANDREAZZA, Id, p. 77.

[6]

PUGLIELLI, Hélio de Freitas. Entrevista concedida a José Willie, em 07/08/2017. http://paranaportal.uol.com.br/blogs-memoria-paranaense/helio-puglielli-e-a-historia-dos-jornais-do-parana/

[7]

GAZETA DO POVO, Sotaque entrega curitibano da gema. Curitiba, 30.jun.2006.

[8]

ANDREAZZA, id, p. 77.